Em tempos de crise, cresce a preocupação das empresas com a saúde dos funcionários
Em tempos de crise, as empresas se esforçam ainda mais para reduzir os custos. E entre as ações empreendidas, cresce a oferta de ações de promoção da saúde para os funcionários. De acordo com pesquisa inédita do Serviço Social da Indústria (SESI) com 500 empresas de médio e grande porte realizada entre outubro de 2015 e fevereiro de 2016, 48% dos gestores consideram que ações para aumentar a segurança no ambiente laboral e promover a saúde de trabalhadores reduzem as faltas ao trabalho, enquanto 43,6% consideram que esses programas aumentam a produtividade.
E a opinião desses executivos brasileiros é confirmada por outra pesquisa, realizada pela gestora de saúde Gallup-Healthways, que desde 2008 já fez mais de 2,3 milhões de entrevistas nos Estados Unidos. Segundo o diretor de Pesquisa e Bem-Estar da Gallup-Healthways, Dan Witters, potencializar a condição de saúde dos funcionários traz melhores resultados para os negócios das organizações, reduzindo o turnover, o absenteísmo, os acidentes de trabalho, além de aumentar a produtividade e o engajamento dos trabalhadores.
Como exemplo prático, a edição de 22 de junho da Revista Exame apresenta o caso do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, cujo programa de promoção da saúde e prevenção de doenças voltado aos funcionários constatou que aqueles que frequentam academia de ginástica custam R$1.100,00 a menos por ano em saúde, enquanto os obesos que participam de programas de redução de peso economizam R$2.800,00. Já os fumantes que participam do programa têm um custo 95% menor. Em seis anos, devido a essas ações, o hospital conseguiu reduzir o absenteísmo em 15%, gerando uma economia de 400.000 reais.
Outra entusiasta dos programas de promoção da saúde é a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). De acordo com a diretora-adjunta de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Flávia Tanaka,o investimento em programas de promoção da saúde e prevenção de doenças é uma das principais estratégias para garantir a sustentabilidade do setor de Saúde Suplementar. “A Agência tem estimulado as operadoras a repensarem a organização das suas redes de atenção à saúde, através da mudança do modelo centrado na doença; da ampliação da oferta de programas como ferramenta de gestão da saúde dos beneficiários; da reorganização dos serviços, buscando o monitoramento dos fatores de risco, o gerenciamento de doenças crônicas e a diminuição dos anos de vida perdidos por incapacidade; e da criação de incentivos para operadoras e beneficiários”, afirmou.
Atualmente, existe aproximadamente 1,3 mil programas de promoção de saúde e prevenção de riscos e doenças registrados na ANS, atendendo 1,6 milhão de beneficiários de planos de saúde, com parte significativa desses programas oferecendo incentivos aos beneficiários por meio de premiações como brindes, desconto em academias, não pagamento de coparticipação pelos beneficiários em procedimentos/eventos em saúde e custeio de medicamentos/equipamentos e vacinas.
Retornando à matéria da Revista Exame, o texto informa que outra possibilidade de redução de custos para empresas que oferecem programas de promoção de saúde aos funcionários é a da renegociação dos valores dos contratos com as operadoras de plano de saúde empresarial, que também vêm seus custos assistenciais reduzidos. Esse é o caso da processadora de cartões de crédito Cielo, que passou a estimular o uso de escadas em vez de elevadores, subsidiar a mensalidade em academias e patrocinar campeonatos internos de dança, futebol, boliche e paintball. Outra medida adotada na sede da empresa foi a da criação de um andar inteiro dedicado à massoterapia, apresentações artísticas, refeitório e cafeteria, conseguindo, assim, além de reduzir em 22 pontos percentuais o número de sedentários na empresa, uma redução da taxa de utilização do plano de saúde, que passou de 90% para 77%. Medida que agradou tanto os acionistas da empresa quanto a operadora de seguro saúde contratada, que pôde oferecer um desconto de 40% no valor das mensalidades.
Consciente que funcionários mais saudáveis, além de menos faltosos e mais econômicos, são também mais produtivos, a CNseg também oferece programas semelhantes aos seus colaboradores. Em 2012 teve início o programa +Leve, em parceria com o Vigilantes do Peso, para redução de peso. Como estímulo para a adesão, foi organizado uma competição para premiar o andar que alcançasse a maior redução de peso total. Ao final de 15 meses, mais de 840Kg já haviam sido perdidos, sendo que uma das participantes conseguiu emagrecer mais de 30kg.
Outra importante iniciativa da Confederação das Seguradoras nesse sentido é o da oferta de aulas de pilates, que há três anos acontecem três vezes por semana em sua sede.
Por fim, a operadora de plano de saúde que atende aos funcionários da CNseg também oferece a estes um programa de promoção da saúde e prevenção de doenças denominado de Saúde Ativa, que gerencia fatores de risco por meio de pesquisas e sugestão e oferta de ações de mitigação.
Em tempos de crise, nada como trabalhar com saúde para superar as dificuldades.
Fonte: FenaSaúde