Pós-parto: cuidados com a saúde da mulher

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As mulheres costumam cuidar muito da saúde durante a gravidez. Mas, quando o bebê nasce, é comum que elas dediquem todas as atenções só para o filho – e aí acabam se esquecendo delas mesmas. Soa familiar para você?

Esse fato foi comprovado pela ciência. Durante oito anos, pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, estudaram mais de 26 mil mulheres. E adivinhe: eles descobriram justamente que, depois do parto, as mulheres têm frequentado muito os serviços de emergência dos hospitais.

Segundo os cientistas, isso revela que boa parte das mães não faz o devidoacompanhamento médico no período que sucede o parto. Por esse motivo, elas acabam correndo para o pronto-socorro quando estão com algum problema mais grave.

De acordo com o estudo, as mulheres que mais costumam recorrer aos serviços de emergência no pós-parto têm renda baixa, menos de 25 anos e sofreram algum tipo de complicação durante a gravidez (como diabetes ou hipertensão).

No Brasil

Não há estudos brasileiros sobre o assunto. Mas os médicos ouvidos pela CRESCER acreditam que a realidade do país não é muito distante da americana nesse quesito. “As faltas às consultas acontecem muito especialmente no serviço público de saúde. Algumas pacientes acabam se sentindo bem após o parto e acreditam que não precisam ir ao ginecologista. E aí, só aparece no pronto-atendimento quando tem um problema mais grave”, informa o médico Frederico Corrêa, membro da Febrasgo.

Dificuldade de transporte, horários que batem com o expediente de trabalho e falta de informação também contribuem para as faltas nas consultas.

A primeira consulta pós-parto

Os médicos fazem a orientação que julgam mais pertinente para cada paciente. Mas, no geral, a recomendação é que a mulher deve voltar no ginecologista entre 7 e 15 dias após o nascimento do bebê.

“Nessa primeira consulta, o médico revê os pontos e a cicatrização, tanto do parto cesárea como do parto normal que precisou de episiotomia [que é aquele corte cirúrgico que ajuda o bebê a nascer]. Também oferece orientações específicas de cuidados”, explica Patrícia Aire, ginecologista e obstetra da Clínica Vivitá (SP).

De acordo com Patrícia, o ginecologista também deve estar atento, nessa primeira consulta, a sinais de desenvolvimento de depressão pós-parto ou baby blues. “É sempre bom conversar com a mulher para notar como ela está emocionalmente e, se for o caso, encaminhar para um psicólogo”, afirma a médica.

Vale lembrar que, se o parto foi normal e não teve necessidade de pontos, essa primeira consulta não precisa necessariamente acontecer nesse período.

A segunda consulta pós-parto

A consulta seguinte acontece 40 dias depois do nascimento. O médico avalia as mamas e faz recomendações sobre a amamentação. Nesse momento, ele também orienta sobre o método contraceptivo para que a mulher não engravide antes do tempo recomendado, que é de pelo menos 18 meses entre cada parto.

Depois disso, a terceira consulta acontece, em geral, seis meses após o parto, se tudo estiver bem.

Cuidados com a mãe após o nascimento do bebê

Depois que o bebê vem ao mundo, os cuidados de saúde com a mãe serão recomendados pelo médico de acordo com o que julgar necessário. “Colher papanicolau, realizar exames de mama, exames hormonais de rotina. Obviamente, se atentando à recuperação do útero, se o sangramento vaginal está diminuindo, se o útero está voltando ao tamanho normal, se a produção de leite está adequada. Se foi cesariana, é preciso atenção com a cicatriz, para ver se vai ficar queloide ou não”, exemplifica Domingos Mantelli, obstetra e autor do livro Gestação – mitos e verdades sob o olhar do obstetra (Ed. Segmento Farma).

Quando procurar o serviço de emergência

De fato, não é preciso procurar o pronto-socorro por qualquer motivo, mas é claro que há situações em que é realmente necessário. Os médicos alertam que, durante o pós-parto, em casos de sangramento volumoso, é preciso, sim, ir imediatamente ao hospital.

O mesmo vale se houver febre e dor na pelve, que podem ser indicativos de alguma infecção. Outro caso é quando a mulher nota que as mamas estão muito cheias de leite, doloridas, avermelhadas: vale procurar a emergência, porque pode ser um empedramento de leite ou até mastite, que é uma inflamação e requer tratamento específico.


Fonte: Revista Crescer


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2 comments

    • Diego Irineu

      01/07/2021 at 13:37

      Nós que agradecemos o carinho e elogio.
      Temos outras matérias de cuidados importantes com a saúde. Fique a vontade.
      Att, Família Provisa

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